quinta-feira, 29 de outubro de 2009

procurando um rumo.

Pessoas reclamando do clima, xingando Deus e o mundo, brigando com as crianças, escorregando, gritando umas com as outras, senhoras comentando sobre o acontecido e o porque disso tudo, pessoas ligando aquecedores, tirando roupas do varal, correndo de guarda-chuva de um lado para o outro, umas simplesmente se molhando de tão cansadas que estavam para fugir desse fenómeno. Supõem que o dia esteja chuvoso, certo?
Sim esta certo, mas são pontos de vistas comuns, erróneos que fazem da chuva uma ação maléfica para nós e para a natureza.
Estava eu no ponto de ónibus como em dias comuns, neste mesmo dia da atormentadora chuva. O mundo pareceu cinza e atormentadoramente inquieto, como sempre, óbvio.
Vi a imagem de uma criança que se destacava por vestir uma jaqueta cor vermelho, que abriu o vidro direito do passageiro do carro para na chuva se molhar, o carro não corria, parecia apreciar cada instante em baixo da chuva, a criança ria e deixava sua pequena mãozinha para fora, já com os cabelos molhados gritou: papai, eu amo esse lugar. E o pai bravo disse " fecha logo essa janela, eu não posso suportar, esta molhando meu carro Ô menina mal educada".
Desde cedo aprendemos que se molhar na chuva que graciosamente cai é uma ofensa, molha-se as roupas, sapatos, cabelos, cadernos, bolsa, carteiras e os automóveis, como do querido pai.
Perdemos a essência do que é realmente apreciar, preciso tomar um rumo, não posso ficar sonhando acordada enquanto espero um ónibus, quando vejo pronto já perdi ele passou e esta na outra esquina, quem se importa? só vou me atrasar um pouco, mas com isso vi a cena mais intrigante que pude apurar, a menina coitada não pode se molhar.
PS: tudo transcorreu bem... e sim isso aconteceu.

por: Cami Brandão